Terapia Ocupacional na Pediatria: para quem, porquê e quando?

Para aqueles que não conhecem esta profissão, os terapeutas ocupacionais são profissionais da área da saúde, cujo principal objetivo é promover a funcionalidade, a independência e a autonomia das pessoas, contribuindo para a sua saúde, o seu bem-estar e a sua participação nas ocupações do dia-a-dia.

No caso da pediatria, os terapeutas ocupacionais podem intervir desde cedo, nomeadamente em unidades de Neonatologia ou serviços de Intervenção Precoce, até aos 18 anos, por exemplo participando na elaboração de Planos de Transição para a Vida Ativa.

O Terapeuta Ocupacional (TO) pode atuar quando há existência de condições como Lesões do Plexo Braquial, Acidentes Vasculares Cerebrais, Paralisia Cerebral, Perturbações do Espectro do Autismo, Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, Perturbação da Integração Sensorial, alterações genéticas diversas, Dificuldades de Aprendizagem Específicas (Dislexia, Disgrafia, Disortografia, Discalculia), ou, simplesmente, quando existem dificuldades na participação em alguma atividade diária. O TO pode, também, intervir de forma preventiva e educacional, nomeadamente através de workshops dinamizados para os cuidadores de crianças/jovens.

Em termos práticos, este profissional irá receber a família, perceber a sua história clínica e ocupacional, fazer um levantamento das ocupações significativas e quais as que se encontram impactadas, avaliar o que possa estar a prejudicar a participação nas atividades e, após isso, traçar um plano de intervenção (que pode ser direta, indireta, no indivíduo e/ou nos contextos).

No caso das crianças, as suas ocupações mais significativas são o Brincar, as Atividades da Vida Diária (alimentação, higiene, vestir/despir) e a Educação, sendo que para os jovens também são de importância as Atividades da Vida Diária Instrumentais (cuidar de animais, gerir a comunicação, mobilidade na comunidade, gestão monetária, gestão da saúde, preparação de refeições). Assim, o terapeuta pode ajudar, por exemplo, quando é difícil para a criança tomar banho, cortar as unhas ou o cabelo, lavar os dentes, comer um leque de alimentos variados, manipular talheres, manusear botões ou fechos, apertar cordões, saber usar brinquedos, variar brincadeiras, explorar equipamentos nos parques infantis, utilizar o lápis, saber recortar, copiar do quadro, etc. No caso dos jovens, o terapeuta pode ajudá-los a saber utilizar meios de transporte, ir às compras cumprindo as diversas etapas (elaboração de uma lista, seleção dos ingredientes, pagamento), ter hábitos saudáveis (não só a nível alimentar e de exercício como a manter uma rotina em que exista equilíbrio entre as diversas ocupações), entre outros.

by Diana Morais, Terapeuta Ocupacional

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