Sendo a linguagem uma forma de comunicar e a sua aquisição ocorrer no período da infância, de forma natural e espontânea, bastando apenas que a criança esteja exposta e conviva com falantes dessa língua(materna), existem diversos sinais que a criança vai transmitindo de que algo poderá não estar de acordo com o que seria expectável no que diz respeito ao desenvolvimento da linguagem. Normalmente os primeiros sinais de alerta, podem surgir em idades bastante precoces, sendo de extrema importância que os pais vão estando atentos vários sinais, nomeadamente:
- A criança não sorri, não interage com os outros e não há reciprocidade nas primeiras trocas de sons entre pais e filhos (até cerca dos 3 meses);
- Bebé que não palra entre os 4 e os 7 meses;
- Bebé que produz poucos ou nenhuns sons entre os 7 e os 12 meses;
- A partir dos 12 meses e até cerca dos 18 meses não diz ou diz poucas palavras;
- Entre os 18 e os 24 meses não junta palavras para formar pequenas frases;
- Diz menos de 50 palavras por voltas dos 24 meses;
- Evita e/ou tem dificuldade em falar ou brincar com outras crianças da mesma idade (entre 24 e os 36 meses);
- Dificuldade em compreender as instruções que lhe são dadas;
- Entre os 30 e os 36 meses não demonstra interesse por livros e histórias;
- Dificuldade em memorizar e/ou acompanhar canções ou histórias infantis e/ou a rima das lengalengas;
- Discurso impercetível para os familiares próximos, mais pobre e diferente em relação às crianças da mesma idade, com pouco conteúdo e com frases simples (entre os 36 meses e os 5 anos)
- Só utiliza a 3.ª pessoa, o presente do indicativo e as formas impessoais (infinitivos e particípios) até aos 5 anos.
Face ao referido, é importante que os pais e cuidadores estejam atentos e valorizem estes sinais de alerta, podendo ou não haver motivo para alarme. No caso de existir motivos de alarme ou dúvida, é conveniente a procura de um Terapeuta da Fala, que irá ajudá-lo a compreender as dificuldade e como soluciona-las, uma vez que quanto mais precocemente se intervir, melhor será o prognóstico.
by Filipa Mendão, Terapeuta da Fala